Sim, sinto inveja de onde quer que estejas. Do que te possa rodear. Porque estar perto de ti é só o maior privilégio do mundo. E eu só o tive 9anos. Há quem nunca tivesse tido.
Mas fazes-me falta. Muita falta. E sei que serias uma entusiasta do meu casamento. E sérias feliz. Eu também sou, mas faltas-me tu.
Dos cadernos, das canetas de todas as cores com cheiro e, às vezes, brilhantes. Dos dossiês personalizados e da afia com reserva. Da agenda escolar e dos post-its com diferentes formas.
As saudades não desaparecem ao fim de 13anos. Acentuam-se. Vai desaparecendo, aos poucos, o teu cheiro, a tua voz. O amor que sinto por ti, esse, nunca vai desaparecer. Porque, uma mãe, ama-se toda a vida. Uma mãe não se esquece. Uma mãe é para sempre!
Não sei se se lembram deste meu post sobre a Patrícia, uma colega de curso.
A Patrícia partiu esta semana. Depois de tanto lutar, de tanto nos mostrar que mesmo nos momentos maus, temos de sorrir, a Patrícia partiu.
Deixou-nos um legado incrível. Mas deixa também uma saudade enorme. E uma revolta gigante. Porque a merda do cancro voltou a atacar. Porque todos os dias lido com ele mas sempre que depois me leva alguém, volto a cair. Volto a fraquejar.
Há coisas que são para sempre. Estar ali, na cidade onde durante 4anos fui tão feliz, com tantas pessoas que fizeram parte desse período da minha vida, deu-me uma vontade enorme de chorar... Passar pela minha faculdade fez o meu coração ficar apertadinho. E até fazer a volta no 28, como tantas vezes havia feito, me deu um nó na garganta.
Comer pastéis de Belém e passear no parque das Nações com elas, fez-me sorrir como há muito não acontecia. E como eu tanto preciso. E tirámos a primeira foto de família ;)
Mas com o coração nas mãos pelo mais que tudo que acaba de ser operado. Vim em trabalho e vou embora amanhã,mas tenho o coração tão apertadinho que só queria estar lá com ele!
Não é a primeira vez que te digo e não há-de ser a última.
Porque me fazes realmente muita falta. Faz-me falta as nossas brincadeiras, parvoíces e tolices. Mas sabes o que me faz mais falta? A nossa cumplicidade. O nosso bem-estar depender do bem-estar da outra.
Continuas a ser e serás sempre a minha melhor amiga. Porque mesmo longe, não me deixas sentir sozinha. Porque mesmo longe, continuas a estar presente em tudo na minha vida, como eu quero sempre continuar na tua.
Queria muito um abraço teu. Só um sorriso dos nossos iria iluminar toda uma sala.
Já não há amigas como nós sabias? Amigas em que não é preciso falar para saber o que estamos a sentir ou a pensar. Amigas onde o único interesse que há é estarmos ambas bem. Amigas que alinham em tudo uma com a outra, porque interessa é estar juntas. Amigas em que um dia é uma a louca e no outro dia é a outra.
És do melhor que me aconteceu na vida. E quero sempre contar contigo. Quero muito que faças parte da vida dos meus filhos, porque não haveria melhor madrinha do que tu. Com valores, princípios e amor.
Amo-te para a vida. E para o resto da eternidade. E isso é muito tempo.. Estás preparada? ❤️
E, mesmo passado um ano, ainda não consigo acreditar que nunca mais te vou ver. Que nunca mais te vou ouvir sorrir, esse riso tão teu e que reconfortava todos à tua volta.
Estive com a tua mãe há uns dias, e, no nosso silêncio, sentimos-te ali, no nosso abraço tão sentido e com tantas saudades.
Penso em ti sempre, minha Rita. E o gelado continua por comer, o teu número continua no meu telemóvel e a página do facebook nos meus favoritos.
Saudades das castanhas assadas em cada esquina por esta altura, com um calor transbordante para o coração de quem por ali passa.
Saudades do cheiro a rio no cheiro do reboliço da tanta gente que passa por nós a cada dia.
Saudades das pessoas. Dessas pessoas que se tornaram minhas. Das pessoas que, de alguma maneira, ficaram na minha vida. Para sempre.
Saudades do som alucinante dos carros a uma velocidade impensável para uma cidade. Saudades do som do estranho silêncio que por vezes se sente. Porque no meio de tanta gente, nos podemos também sentir sozinhos. Porque no meio de tanto reboliço, podemos sentir um vazio.
Não tenho saudades do tempo que Lisboa me tirou com os meus. Tenho saudades de tudo o que Lisboa me deu. Que foi tanto.
(fotografia do meu primeiro ano em Lisboa, num dia especial...o primeiro de tantos...)