Passei a noite com uma pessoa que adoro nas urgências. Entrou às 18h de ontem e saíu esta noite às 4h da manhã. Uma anemia em último grau. Um quase risco de morte.
E eu via ali mesmo, a ir morrendo aos poucos, até ontem quando finalmente a convenci a ir. E ainda estou com um aperto no coração que nem sono me permite ter. O medo de a perder foi tanto que ainda não estou recomposta.
Esperamos que a situação com o ferro e com as duas transfusões que levou esteja resolvida. Porque o meu coração precisa mesmo de descansar...
Foi um Natal em grande. Não pelos presentes, quando foram quase nenhuns, mas porque estive com todos os que mais amo, e isso vale por tudo. Com saúde e amor, não posso pedir mais nada. Falou-se muitas vezes de este ser o último Natal enquanto solteira e isso deixa-me bastante nostálgica!
Depois, festejámos os 50anos de casados dos meus avós. Foi um momento único e muito bonito, com muita choradeira à mistura. Para além das habituais prendinhas, fiz um texto para eles que lhes li em voz alta. Escusado será dizer como acabou...
São os melhores avós do mundo e eu tenho um orgulho gigante neles!
Espero que o vosso Natal tenha sido tão feliz como o meu, é bom sinal!!
Fui jantar com ela e estivemos juntas até o sono já não me permitir mais!
É das pessoas mais especiais que conheço. Sinto a falta dela sempre. Acho que é a melhor avó do mundo (ok, acho que todos achamos!) mas é mesmo. É uma das mulheres da minha vida. E será sempre ❤
Tenho o meu avô internado, por ser necessária uma operação ao coração. Um pilha, diz ele. Um pacemaker, digo eu.
Mas quem ia precisando um era eu, quando soube. Porque o meu chão caiu quando vi o meu avô chorar por, pela primeira vez na vida dele, estar internado, sozinho, sem a companheira de quase 50anos.
Vou visitá-lo todos os dias. Dar-lhe força. A operação será terça-feira.
E eu só quero vê-lo em casa, bem, junto ao seu amor, que, neste processo, também está a sofrer, silenciosamente.
O meu avô acabou os tratamentos de radioterapia há quase um mês.
Um mês depois, depois de TAC's, biópsia e outros mil exames chegou a notícia mais do que esperada: já não vai ter que ser operado porque o tumor foi irradicado com a radioterapia.
A alegria na voz e no olhar dele diz tudo. E a esperança que sempre teve também. Porque a doença muitas vezes vence-nos porque nos damos por vencidos.
Ele não. teve sempre esperança e fé. E, pelo menos por agora, venceu mais uma vez!
10 anos depois, o meu avô volta a passar pelo mesmo, volta a ter que lutar contra esta besta que não nos larga.
10anos depois, volto a ver o meu pai a chorar com medo de perder quem tanto ama.
10anos depois, volto a sentir-me impotente. 10anos depois, e agora a trabalhar com "ele" todos os dias, sei que nunca vou estar preparada para uma notícia destas.
10anos depois voltei a desabar. Vem aí nova cirurgia, mais ciclos de radioterapia.
Vem aí tanto sofrimento. Mas também muita esperança.
50anos. Meio século de uma existência cheia de tudo. Alguns percalços, outras tristezas, mas tantas alegrias. Juntos somos felizes . Apesar de sermos tão diferentes, a distância por que já passámos uniu-nos ainda mais. Estaremos para sempre juntos. Hoje, celebramos mais um ano assim, abraçados. Felizes! És o meu pai... E por isso serás sempre o melhor do Mundo! Amo-te hoje e sempre! Parabéns Pai!