Amo-te tanto que te odeio...*
Sei que me mentes. Sei que tudo isto é um sonho, o qual a qualquer momento se vai desvanecer e me vai fazer caír bem fundo.
Não adianta que todos os outros me tentem alertar. Porque eu simplesmente não quero ouvir aquilo que estou farta de saber: que não és só meu.
Sim, eu sou só tua. Entreguei-me a ti na esperança de que tu fizesses o mesmo ; na esperança de ter o conto de fadas com que sempre sonhei. E por momentos, tive...
Fui uma princesa feliz. Uma princessa que sorria de cada vez que te via; uma princesa que se sentia a voar de cada vez que lhe tocavas. Uma Princesa enganada, portanto.
Ao fim de tanto tempo, o conto de fadas chegou ao fim. Percebi que não era a única princesa do teu castelo. E doeu. Doeu tanto que dilacerou o meu coração de uma maneira irrecuperável.
Mas eu gosto da forma como me magoas. Tens jeito para mentir e omitir. Fazes-me sentir especial, mesmo sabendo de tudo.
Por isso, não é burrice o facto de continuar contigo. É um simples egoísmo: um egoísmo por querer continuar a sentir que estou por cima, porque tu não sabes que eu sei. 1 a 0 para mim.
Mas sei. E amaldiçoo-te todos os dias.
Porque de tanto que te amo, já te odeio.
*Texto ficcionado.
Lara.