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"O voto é a única coisa que todos temos em partes iguais. Um para cada um. Se o dispensamos, damos a quem tem mais poder do que nós tudo o que nos resta. Hoje, votem em quem votarem, votem. Acham que os políticos em que podem votar não prestam? Então imaginem como seriam os políticos em quem não pudessem votar."
Vou agora...e vocês? Não deixem de votar...em branco, nulo ou no candidato em que acreditam, votem! Mostrem a vossa opinião!
E já agora, aqui fica o incentivo da Rádio Comercial ;)
Nesta altura em que já li várias opiniões sobre praxes, inclusive em alguns dos blogs que sigo, percebi que nunca tinha deixado a minha opinião sobre este assunto.
Quando entrei para a faculdade, há 5anos atrás, confesso que também ia receosa, também ia em dúvida se quereria passar por aquilo. Nunca fui pessoa de faltar a aulas, nunca fui de andar a beber a toda a hora, e era essa a ideia que eu tinha de praxes: bebida, faltas e sujidade. Mas como nunca fui de rejeitar nada antes de conhecer, decidi arriscar e ir; se não gostasse, deixava.
E a praxe surpreendeu-me. É verdade, não vou mentir se em algum momento não quis voltar atrás e ir embora. O primeiro dia foi o horror: ter pessoas que nunca tinha visto a berrarem comigo e sempre a dizer "Bicho, olhos no chão!", a tratarem-me como se eu fosse nada. Mas também foi no primeiro dia que conheci as pessoas que dali em diante iriam passar comigo os 4anos de curso; aquelas que a quem teria de me habituar, sendo que estava a mais de 300km de casa, do M, de toda a minha vida.
Posso dizer que foi das melhores semanas da minha vida, apenas suplantada pela semana de "enterro", a última semana em que fui praxada. Não fui obrigada a beber nada que não quisesse, nunca me obrigaram a faltar às aulas, só faltava quem quisesse, tiveram o cuidado de perguntar as alergias de cada um e, a partir daí sim: foi sujeira, muito gritaria, muito rebolar no chão, muitas flexões e abdominais....mas também o incutir pelo defender do curso que havíamos escolhido, o começar a conhecer quem nos rodeava e não só os seus sapatos. O escolher da madrinha (a melhor de sempre!) e o começar a fazer amizades pelo compartilhar das dificuldades. Tudo isso só aconteceu naquela semana de praxes; se a mesma não tivesse existido, não posso dizer que não teria feito amigos, obviamente, mas creio que teria sido mais demorado e mais complicado.
Agora, não concordo com certas praxes, isso também é verdade. Locais em que só é enterrado quem se embebedou em todos os jantares de curso, ou que teve de sair todas as noites até altas horas, isso para mim não é praxe. A praxe é um ato integrativo, que serve para nos iniciar na vida universitária, que nos leva a perceber que há muito para além da nossa vida de secundário; onde brincamos, jogamos (jogos tão parvos que são esses que nos fazem rir em cumplicidade com quem nos rodeia!), gritamos a alto e bom som para defender até ao fim o nosso curso, decoramos as letras de todas as músicas que nos permitirão ganhar toda e qualquer batalha seja com que curso for.
Não sou contra quem não quer passar pela experiência; estão mais do que no seu direito e certamente viverão o mundo académico à sua forma e serão felizes também; mas tenho a certeza que a sua integração nucna será tão fácil.
Isto são praxes..e soube tão bem chegar ao fim do ano, ser enterrada e finalmente pensar: acabou! Mas depois?
Depois, ao ser eu a praxar, senti a saudade. Saudade de ser praxada...Essa vida, que não voltou mais!